Agora, o Brasil vai pegar o México na próxima
quarta-feira, também em Pereira, às 22h (de Brasília). No último
Mundial feminino, as brasileiras caíram nas quartas, nos pênaltis, para os
Estados Unidos. A "maldição" se repetiu na Copa América: a Seleção de
Mano perdeu para o Paraguai nas cobranças, também nas quartas.
O primeiro gol foi de Willian, aos 35 do primeiro tempo.
O atacante Rodrigo (brasileiro naturalizado espanhol, filho do
ex-lateral-esquerdo do Flamengo Adalberto) empatou aos 11 do segundo. Na
prorrogação, Dudu colocou o Brasil na frente, mas Vazquez, artilheiro do
Mundial, deixou tudo igual de novo. Na disputa de pênaltis, Gabriel defendeu as
cobranças de Amart e Vazquez e garantiu a Seleção na semifinal (o outro
confronto será entre Portugal e França, também na quarta).
ESPANHA DOMINA 30 MINUTOS,
MÁS É O BRASIL QUE SAI NA
FRENTE
O Brasil experimentou pela primeira vez no Mundial
Sub-20 o que era realmente ser dominado. Foi assim nos primeiros 30 minutos da
etapa inicial, nos quais os espanhóis chegaram a ficar com 70% da posse de bola
– encerrou-se com 59%. Com dificuldades até para conseguir uma simples
sequência de passes, os brasileiros viram a Fúria se sentir à vontade, ainda
que a forte chuva tenha atrapalhado um pouco o espetáculo. Mas quem disse que o
futebol respeita a lógica ou mesmo a matemática?
Bastaram 15 minutos finais de
lucidez para a Seleção Brasileira mostrar por que é considerada favorita além
da camisa que veste. Oscar, Coutinho e Henrique passaram a se comunicar com a
bola e o gol saiu com naturalidade, em um contra-ataque que surpreendeu a
Espanha. Aos 35, o meia do Internazionale de Milão avançou e rolou para o
atacante, que chutou colocado. A bola quicou dentro do gol, mas Willian,
impedido, estava no rebote para garantir: 1 a 0.
Superior, o Brasil aproveitou o momento e quase ampliou
aos 38. Henrique recebeu na área e cruzou rasteiro. A defesa se enrolou, mas
conseguiu afastar a bola. Sete minutos depois foi a vez de o volante Fernando
quase marcar. Um desvio providencial da zaga espanhola impediu.
Antes, no entanto, o que se viu foi uma pressão que só
não mexeu com o placar graças às boas defesas de Gabriel. O goleiro salvou o
Brasil em ao menos três oportunidades, em finalizações de Oriel Romeu, Tello e,
principalmente, o brasileiro naturalizado Rodrigo, que deu muito trabalho ao
sistema defensivo canarinho. O camisa 10 espanhol, Sergio Canales, também foi
outra figura perigosa.
BRASILEIRO EMPATA... PARA FÚRIA
Casemiro, que já fazia função
mais defensiva que o comum, alinhou-se entre Juan e Bruno Uvini no retorno ao
segundo tempo, como um terceiro zagueiro. A Espanha tinha mais um atacante em
campo e estava determinada a ir para cima. Aos 5, Isco recebeu no lado esquerdo
da grande área e chutou nas redes laterais. Mas, ao mesmo tempo, a formação
tática mais ofensiva permitia espaços que o Brasil gostava. Aos 7, Oscar
avançou em novo contra-ataque e finalizou rasteiro, com muito perigo.
Era lá e cá. E, em outro ataque da Fúria, saiu o empate.
Aos 11, Mallo cruzou da direita e Rodrigo se antecipou à marcação para anotar
de cabeça. Nascido e criado no Rio de Janeiro até os dez anos, o atacante não
se importou e fez muita festa na comemoração.
As equipes seguiram se revezando nas chances de gol. A
torcida, empolgada, gritava olé a cada bonito lance de ambos. Aos 17, Juan foi
até o ataque e cruzou para Danilo. A cabeçada saiu por cima, com perigo. Quatro
minutos depois, Koke recebeu livre, mas Gabriel impediu a virada em linda
defesa com os pés.
Talvez por precaução, os times
adotaram postura mais cautelosas, com receio de sofrer o gol da eliminação. No
Brasil, a entrada de Negueba deu novo gás, mas o panorama não se modificou.
Sinal de prorrogação.
O Brasil precisou de nove minutos na prorrogação para
fazer o segundo gol. Dudu tabelou com Henrique, entrou na área e bateu na
direita do goleiro Pacheco: 2 a 1, com direito a bela troca de passes entre os
brasileiros.
Mas a Espanha só precisou de mais
dois minutos para empatar de novo: Planas entrou pela esquerda e cruzou, a bola
passou pela defesa brasileira e Vazquez, que havia substituído Rodrigo no final
do segundo tempo, bateu para marcar seu quinto gol na competição e deixar 2 a 2
no placar. O espanhol é o artilheiro do Mundial Sub-20.
Aos quatro do segundo tempo extra, Negueba fez uma linda
jogada na área espanhola ao dar um chapéu em Planas, mas a zaga conseguiu
cortar. O lance animou a Seleção, que depois teve boa chance com Gabriel Silva,
que chutou de fora da área perto da trave do goleiro espanhol. O Brasil até
tentou, mas o destino era a decisão por pênaltis.
Destaque da Seleção na partida, Gabriel começou bem a
disputa de pênaltis e defendeu a cobrança de Amat, a primeira da Espanha. Casemiro
bateu em seguida e marcou, no meio: 1 a 0 para o Brasil. O segundo espanhol a
cobrar foi Roberto, que cobrou bem, também no meio, e fez. Danilo deu um susto:
acertou o travessão, mas a bola quicou e entrou. Brasil 2 a 1.
Capitão da Fúria, Bartra chutou no canto direito,
Gabriel caiu para o esquerdo: 2 a 2. O atacante Henrique bateu com força na
direita também e fez o terceiro do time de Ney Franco. Artilheiro do Mundial,
Vazquez deu uma paradinha, chutou no meio, Gabriel pegou com os pés, a bola bateu
no travessão e saiu: 3 a 2 para o Brasil no placar. A cobrança decisiva ficou
com Dudu, que não desperdiçou e fez o quarto, garantindo o Brasil na semifinal
do Mundial.