PAIXÃO E SOFRIMENTO MOVERAM O CORINTHIANS NESTES
100 ANOS DE GLÓRIAS E TROPEÇOS
CLUBE SURGIU APÓS UM EXCURSÃO DO HOMÔNIMO TIME INGLÊS E DE LÁ PRA CÁ CRESCEU E GANHOU O MUNDO
Sofredores por natureza, como gostam de dizer, os milhões de corintianos espalhados pelos quatro cantos do mundo estão em festa. E eles prometem uma grande homenagem ao Sport Club Corinthians Paulista nos primeiros segundos desta quarta-feira, dia 1º de setembro, ano da fundação do clube que passará a ser centenário.
O país será pintado de preto e branco, cores do Timão, no intitulado Dia do Corinthians. A diretoria do alvinegro de Parque São Jorge, encabeçada pelo presidente Andrés Sanchez, fez campanha na internet, via seu site oficial, para que todos os corintianos vistam a camisa do clube, pendure uma bandeira do time, saia de casa com algum adereço do time mais popular do Estado de São Paulo.
Durante todo este ano, o marketing do Corinthians agiu em todas as frentes. De automobilismo a natação. De camisas comemorativas a contratações de peso. De livros a filmes. Mas o que a Fiel mais irá comemorar, nesta quarta-feira, além do centenário, será o anúncio do tão sonhado estádio, o Fielzão.
É verdade que o título ainda não veio em 2010, mas ainda resta do Brasileirão e, como todos sabem e já dissemos, o corintiano é sofredor e não deixa seu clube na mão. O parabéns foi cantado por mais de 36 mil pessoas no último domingo, no triunfo, por 2 a 1, sobre o Vitória, no Pacaembu.
AMOR A PRIMEIRA VISTA!
A vitória, o título são importantes, mas o corintiano gosta mesmo é de seu clube. Nada mais importa para ele. A paixão começou antes mesmo do clube existir. O corintiano nasceu, afinal não se faz um torcedor do Corinthians, nasce torcendo para o Timão, durante a excursão do clube inglês Corinthian-Casuals Football Club ao Brasil.
Aquele time, que vestia branco, mas depois passou a usar o grená e rosa, inspirou cinco operários que acompanharam um dos amistosos. Joaquim Ambrósio, Carlos da Silva, Rafael Perrone, Antônio Pereira e Anselmo Correia se reuniram com mais oito rapazes e fundaram o Sport Club Corinthians Paulista. O “s” foi adicionado ao nome do clube anos depois porque seus torcedores eram chamados de Corinthians.
A PRIMEIRA VEZ É INESQUECÍVEL!
Antes disso, porém, o alvinegro de Parque São Jorge já havia feito história. Em seu primeiro ano na liga profissional, em 1914, o Corinthians foi campeão Paulista e de forma invicta. De lá para cá foram outras 25 conquistas, incluindo a de 1977. O Timão passou 22 anos, oito meses e uma semana sem levantar um troféu. Até que no dia 13 de outubro de 1977, Basílio, o verdadeiro pé-de-anjo marcou um suado gol e devolveu a alegria a Fiel Torcida.
O último título antes de 77 também foi histórico. Em 1954, o Timão se sagrou campeão do IV Centenário, título que homenageava a fundação da cidade de São Paulo. E o melhor de tudo: o título foi ganho em cima de seu maior rival, o Palmeiras. Luizinho, Cabeção, Roberto Belangero e Idário foram contratados e se juntaram aos conhecidos Baltazar, Cláudio e Gilmar, consagrados com títulos do Rio-São Paulo e Paulista.
Durante estes 100 anos, os torcedores corintianos sofreram e comemoraram em muitas outras oportunidades. Em 1982, o clube entrou, de novo, para a história, durante o movimento denominado Democracia Corintiana. Comandados por Sócrates e Casagrande, os jogadores passaram a ter voto em todas as decisões do clube. Dirigentes e comissão técnica também votavam em cada atitude que o clube deveria tomar, inclusive, se deveria ou não ter concentração antes dos jogos. Neste período, o clube foi Bicampeão Paulista (82/83).
XODÓ DO BRASIL!
Se o Paulistão já era conhecido dos corintianos, o Brasileirão ficou íntimo em 1990. Sob o comando do camisa 10 Neto, das defesas do polêmico Ronaldo e com a estrela de Tupãzinho, o Timão se sagrou campeão Nacional, pela primeira vez, em 1990, ao derrotar o rival São Paulo. O Brasil ainda foi do Corinthians em 1998, 1999 e 2005.
Mas o país do futebol ficou pequeno e o Corinthians, que surgiu nas mãos e nos pés de operários, cresceu e conquistou o mundo, em 2000. Bicampeão Brasileiro, o Corinthians foi convidado a participar o 1º Mundial organizado pela FIFA, entidade máxima do futebol. Depois de se classificar na primeira fase, no grupo em que tinha o Real Madrid-ESP, o Corinthians chegou a final contra o Vasco.
No Maracanã, naquele mesmo estádio que a Fiel já havia invadido em 1976 para calar os torcedores do Fluminense, o Corinthians comemorou o título de campeão Mundial após empates sem gols no tempo normal e prorrogação. A vitória, por 4 a 3, nos pênaltis, veio após Edmundo chutar a última cobrança para fora. O Maracanã estremeceu. O Brasil estremeceu. O mundo era alvinegro. O planeta do futebol era do Corinthians.
ÍDOLOS!
O torcedor corintiano ama seus ídolos, principalmente aqueles que dão suor, sangue e lágrimas dentro do campo. Neco foi o primeiro grande jogador do Corinthians que ainda teve Luizinho, Cláudio, Baltazar, Gilmar, Rivellino, Sócrates, Biro-Biro, Casagrande, Basílio, Ronaldo, Neto, Marcelinho Carioca, Dida, Carlitos Teves, Ronaldo Fenômeno entre tantos outros.
Tristeza!
Assim como todos os clubes, o Corinthians não viveu apenas de alegrias, afinal o torcedor é sofredor. Maus dirigentes, jogadores e técnicos passaram pelo Parque São Jorge. O Timão sofreu com jogadores incompetentes e ruins tecnicamente que não merecem nem ser lembrados nesta data especial.
Jogadores que foram responsáveis pela não conquista da tão sonhada taça da Libertadores. Mas o maior problema do Corinthians foram as parcerias furadas e que não foram concluídas. Este acúmulo de problemas, falta de planejamento e irresponsabilidade culminou com a parceria obscura da MSI e o rebaixamento a Série B em 2007. Momentos que nenhum corintiano gosta de lembrar, mesmo após o acesso e o título da Segundona.
PRINCIPAIS TÍTULOS DO TIMÃO
1º Mundial de Clubes da Fifa (2000)
Campeonato Brasileiro (1990, 1998, 1999 e 2005)
Campeonato Brasileiro Série B (2008)
Copa do Brasil (1995, 2002 e 2009)
Supercopa do Brasil (1991)
Torneio Rio-São Paulo (1950, 1953, 1954, 1966 e 2002)
Campeonato Paulista (1914, 1916, 1922/23/24, 1928/29/30, 1937/38/39 1941, 1951/52, 1954, 1977, 1979, 1982/83, 1988, 1995, 1997, 1999, 2001, 2003 e 2009)
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