COMEÇOU MAL
Fazendo sua estreia na fase de mata-mata desta Copa, o Brasil viu o Chile se assanhar nos minutos iniciais da partida, tendo que repelir uma série de cruzamentos perigosos para dentro da área do goleiro Júlio César. Não demorou muito, porém, para o time canarinho equilibrar as ações e passar a pressionar o time de Marcelo Bielsa.
Aos oito minutos, após sobra de escanteio, Gilberto Silva experimentou o arremate de fora da área, exigindo uma bela defesa do goleiro Bravo. A Seleção começou a dominar as ações do jogo, mas tentava as jogadas pelo meio com muita insistência, uma das maiores reclamações do técnico Dunga ao longo desta Copa, e pouco conseguia criar.
PASSOU O BOI
Esbarrando na retranca chilena, o selecionado brasileiro teve de recorrer a um dos seus pontos fortes para finalmente abrir o placar: a bola parada. Maicon descolou um escanteio pela direita após cruzar a bola em cima do zagueiro chileno, e na cobrança, colocou a bola na cabeça do zagueiro Juan, que testou firme e fora do alcance de Bravo, já aos 34 minutos do primeiro tempo.
O tento serviu para desestabilizar o esquema de jogo do Chile, e os espaços começaram a surgir com mais frequência. Três minutos após marcar o primeiro gol, o Brasil encaixou um belo contra-ataque, pegando o adversário desprevinido na defesa. No lance, Robinho imprimiu velocidade pela esquerda e serviu Kaká pelo meio. O camisa 10 brasileiro enfiou um grande passe para Luis Fabiano, que enganou a linha de impedimento para limpar Bravo e tocar para as redes, marcando seu terceiro tento no Mundial. Minutos depois, o primeiro tempo estava encerrado, e a possibilidade de goleada já se tornava real.
O CARRASCO
O Brasil vencia com facilidade e já não corria mais riscos no duelo, mas faltava o gol de Robinho, principal carrasco do Chile. E ele veio, aos 13 minutos da etapa complementar, quando uma boa trama de ataque terminou nos pés de Ramires. O meia apenas rolou para o atacante brasileiro, que bateu de chapa, colocado, estufando as redes do Ellis Park pela terceira vez em favor do time canarinho.
Foi o oitavo gol do jogador contra os chilenos nos últimos seis confrontos da amarelinha contra o adversário. Sete minutos depois, os chilenos tentaram responder através do ex-palmeirense Valdivia, que matou a bola fora da área e chutou forte sem deixar ela cair, com muito perigo ao gol de Julio César. Aos 24 minutos, Kaká teve a chance de marcar seu primeiro tento no Mundial.
No lance, o jogador recebeu na entrada da área, e sem ninguém na frente, tentou o chute colocado, mas a bola saiu por cima do gol. Tranquilo na partida, o Brasil passou a valorizar a posse de bola, sem assumir maiores riscos e aguardando o melhor momento para pressionar. Ele veio, aos 28 minutos, quando Robinho recebeu livre pela direita, invadiu a área e bateu cruzado, mas desta vez, Bravo executou a defesa, evitando o quarto tento brasileiro.
Suazo ainda ameaçou a meta brasileira aos 33 minutos, com um belo chute de sem-pulo após cobrança de escanteio, mas foi só, e o jogo seguiu em ritmo morno até o apito final, que decretou a tranquila vitória brasileira nas oitavas-de-final.
IMBATÍVEL?
Uma estatística interessante sobre a seleção do Brasil: quando Kaká, Luis Fabiano e Robinho estiveram juntos em campo e começaram jogando uma partida, o selecionado de Dunga jamais perdeu ou sequer empatou - foram 15 vitórias em 15 partidas realizadas, já contando este duelo diante do Chile.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 3 X 0 CHILE
Local: Estádio Ellis Park, em Joanesburgo, na África do Sul
Árbitro: Howard Webb (ING)
Cartões Amarelos: Kaká e Ramires (Brasil); Fuentes, Millar e Vidal (Chile)
Gols: Juan aos 34'/1T, Luis Fabiano aos 37'/1T e Robinho aos 13'/2T (Brasil)
BRASIL
Julio Cesar; Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Ramires, Daniel Alves e Kaká (Kléberson); Robinho (Gilberto) e Luis Fabiano (Nilmar).
Técnico: Dunga
Técnico: Marcelo Bielsa
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